sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Estágio profissional: o fazer subordinado ao pensar

  Hoje mais um artigo da revista Gestão & Negócios que fala sobre estágio profissional, fiquem atentos a essa a publicação você que busca estagiar!

 O estágio é aquele período em que o futuro profissional realiza suas primeiras experiências práticas, com a finalidade de completar sua formação. É no estágio que o jovem busca pela primeira vez associar seus conhecimentos adquiridos na escola com o exercício da sua profissão. Trata-se, portanto, de um momento de fundamental importância para a preparação profissional, um momento de articulação entre a teoria e a prática.
  Há cerca de três anos, entrou em vigor no Brasil, uma nova legislação de regulamentação do estágio (Lei 11.788). Uma lei que proporcionou mais benefícios ao estagiário, geralmente um estudante de curso superior. Reduziu a carga diária de estágio para seis horas diárias, proporcionou um mês por ano de descanso e tornou obrigatório o pagamento do vale-transporte. No início, a nova lei gerou muitas polêmicas. De um lado, os que defendiam a mudança e achavam a situação do estagiário escandalosa, massacrados em muitas empresas por uma pesada rotina de trabalho. De outro lado, a nova lei também foi criticada, tanto por parte de algumas empresas como também de algumas agências de intermediação de estagiários, que alegavam que com as novas exigências legais as empresas iriam reduzir drasticamente a oferta de estágios.
 De fato, parece ter havido uma redução de ofertas de vagas para estágio em 2008 e 2009. Mas é difícil saber se isso se deve à nova lei ou a crise de 2008, que também provocou uma redução de ofertas de vagas de empregos no Brasil naquele período. Mas, como a racionalidade acaba vencendo, mesmo com as novas exigências, a oferta de estágios voltou a crescer forte. Claro, não há nada mais barato do que o serviço prestado por um serviço executado com a finalidade de aprendizado. Hoje, as boas escolas recebem mais ofertas de vagas de estágio do que conseguem atender com seus alunos. Um ótimo momento para o estagiário com boa formação porque pode escolher onde estagiar e negociar melhor as condições da bolsa-estágio.
 Mas, se o mercado de oferta de vagas de estágio vai bem, isso não dispensa alguns cuidados do estudante em relação ao estágio. Ao contrário do que se diz com frequência, a prática ou a experiência profissional nem sempre são válidas. A validade da experiência depende principalmente da qualidade da mesma, do quanto ela enriquece e aprofunda o conhecimento. Existem experiências profissionais ruins, práticas de má qualidade, empresas que adotam metodologias ultrapassadas, procedimentos equivocados e que não oferecem abertura ao desenvolvimento das pessoas. Desse modo, se o estagiário perceber que sua experiência na empresa pouco ou nada acrescenta, o melhor a fazer é romper imediatamente o contrato e buscar outra empresa. Uma companhia com gestão de mentalidade aberta que lhe ofereça oportunidades de aprender, de criar, de inovar e de se desenvolver profissionalmente.
 Outro cuidado importante diz respeito à dupla atividade de estudar a estagiar. Milhares de estudantes brasileiros - uma fórmula tipicamente brasileira - fazem estágio durante o dia e estudam no período noturno. E o dilema não raramente se apresenta: priorizar a escola ou a empresa? No momento do estágio, a prioridade do estudante deve ser sempre a escola. O estudante também deve romper imediatamente o contrato com empresas que não respeitam os horários de estágio e que o prejudicam na escola. E não apenas porque ele precisa se reformar - o que já é um grande motivo - mas principalmente porque é por meio da teoria que ele vai compreender a prática. Bom profissional é aquele que sabe pensar. É refletindo sobre a prática, entendendo- a, que ele se tornará um profissional de destaque, seguro e preparado. É estudando que se aprende a refletir e esse é o papel das boas escolas: ensinar seus alunos a pensar. O pensamento precede a ação: quem pensa bem faz bem. Portanto, o fazer (no estágio) deve se subordinar ao pensar (na escola). 

Fonte de pesquisa: Revista Gestão & Negócios. Nº 37
Por: Luiz Guilherme Brom

Postagem por: Isabelle G.

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